A data particular

Em uma data particular, uma estrela em pessoa apareceu, no banco a esperar alguém que não vinha.

Gravar sua voz, aprazer aos seus passos e movimentos, deleitar ao seu sorriso e as expressões de amizade. Quem era generosa expressão que provocava o verbo. Uma estrela.

Em outra data, perdeu-se o que foi pedido. Em imaginário tardio e nas vezes que outrora se sentia a brisa entrar a janela. A presença encantadora e sublime, e alva, era vista por meros segundos até que o egoísmo de tê-la sempre ali a dissipava –. As lágrimas não caíam ou custavam ante a perda da ida, mas não era um arrependimento.

Às vezes de outras tantas o pouco que sobrara do brilho estava na ânsia de sentir e ver o que mais o tato conseguia sentir. Comtemplar aquela aura demasiada enquanto o verbo desaparecia em um conformismo melancólico de um futuro no subjuntivo.

Quando ele estiver frente à estrela... O que seria de tudo isso além de um tolo por se deixar levar as vicissitudes do onírico semblante da valentia de perseguir a pobre estrela. O verbo era uma fortaleza que já não acreditava apenas em ver.

Ante a dor, o presente e o mal que o suplantava, enquanto a persistência as chamas às palavras que tanto queria ouvir.

E não as ouvia, enquanto o verbo esperava ansioso, quando o chamado vier, como a da primeira vez. Um barulho uníssono, fácil de gravar. Todos os barulhos do mundo pareciam eternizar a chamada, aquela inigualável voz –. Tudo era fruto da espera ou ia confluir na espera. Outros verbos, substantivos próprios que rastejavam pelas paredes. Ele já não contava às vezes que corria achando que fosse a esperada quando na verdade eram os bichos que subiam no telhado e se metiam no forro. 

No silêncio da escuridão em meio ao suor do corpo, os padrões do estranho aparelho já não pareciam ser suficientes para olhá-los, alimentavam a tontura e as incertezas. O contrário era ir ao encontro da submissão numa rápida discada entre as teclas onde verbo aspirava: “Alô”? Para só depois ouvir da própria estrela a sentença: “Que saco! Vê se me esquece! vai procurar outra coisa pra fazer”!